Vamos falar um pouco sobre as restaurações metálicas em amálgama!
O amálgama de prata foi por muito tempo o principal material utilizado para a restauração de dentes que foram acometidos por doenças como a cárie. Ele nada mais consiste em uma liga de metais como prata, estanho e mercúrio, que são misturados e colocados na cavidade preparada do dente após a remoção da cárie.
Esse material, porém, apresenta uma série de vantagens que são indiscutíveis em relação à resina composta, por exemplo, ao mesmo tempo em que apresenta desvantagens importantes. Por isso há uma grande polêmica no mundo odontológico quando trazemos o amálgama de prata à discussão.
Devido a isso, uma coisa é fato: muito mais importante do que as vantagens e desvantagens do amálgama em relação a outros materiais e/ou técnicas, é a correta INDICAÇÃO do material certo para cada caso.
Então vamos primeiro falar um pouco sobre as suas principais vantagens.
- Possui uma boa resistência;
- A prata em sua composição é um excelente antimicrobiano, ajudando a prevenir lesões recidivas de cárie;
- O amálgama possui um excelente selamento do espaço entre a restauração e o dente, crédito esse dado também à prata em sua composição;
- A técnica envolvida no procedimento restaurador é de simples execução pelo cirurgião-dentista;
- São conhecidos por apresentarem uma longevidade expressiva. Não é raro encontrarmos no consultório restaurações que estão presentes na cavidade bucal do paciente há mais de 30 anos.
Com isso, quais são então as suas principais desvantagens?
- Em restaurações muito profundas, por não possuir adesividade com a estrutura dentária, o amálgama pode apresentar maior risco de fratura ao dente;
- São restaurações com uma estética prejudicada, tanto pelo aspecto metálico quanto pela propensão a causar manchamentos escuros nos dentes;
- Essa é um pouco mais complicado, então lá vai: o amálgama possui um coeficiente de dilatação térmica diferente do coeficiente do dente. Ou seja, a mudança de temperatura (por exemplo, quando nós tomamos um sorvete bem gelado, ou um chá quente) causa uma dilatação ou contração do amálgama diferente do que a estrutura do nosso dente contrai ou dilata, o que pode também gerar um stress excessivo no dente, causando trincas ou até mesmo fraturas;
- Como já dissemos, o amálgama de prata não possui adesividade com a estrutura dentária. Por isso, o cirurgião dentista, após a remoção do tecido cariado, precisa realizar o que chamamos de um preparo retentivo no dente para que, quando o amálgama terminar de “endurecer” e chegar ao seu estágio final, ele não tenha como “cair” daquela cavidade no dente. O problema é que esse preparo consiste no desgaste de mais dente ainda, consequentemente fragilizando o dente.
Mas e aí, quando trocar?
Devido ao grande número de variáveis, a resposta não pode ser um simples sim ou não! Cabe ao cirurgião-dentista a avaliação dos casos para indicar a troca ou não do amálgama por resina composta. Isso pode evitar muitos problemas ao paciente!